Qual a melhor cirurgia para Reversão de Vasectomia?

Dr. Antonio Celso Di Piero –  CRM 73534

Reversão de Vasectomia

Vasovasoanastomose

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No vídeo a seguir, o Dr Marc Goldstein, destaca a importância de usar o microscópio, utilizando toda a sua magnificação de imagem, para isso é necessário conhecer o microscópio, treinar separadamente com ele, saber sua distância focal, utilizar a função zoom e o ajuste do foco fino a cada vez que se altera o zoom. Neste mesmo vídeo destaca se a importância de dissecar o deferente mantendo os tecidos em volta, preservando a irrigação sanguínea em toda a sua extensão, o deferente jamais pode ser “esqueletizado” ou “pelado”, a não ser em seu ponto antes e depois da obstrução onde será realizada a anastomose. Assim que incisado o deferente proximal ao testículo, é obrigatório colher o fluido testicular para avaliação de presença ou não de espermatozoides e sua mobilidade, no ato operatório, por microbiologista equipado com microscópio específico. O aspecto do fluido é importante para prognóstico da presença de espermatozoides e para decisão do tipo de cirurgia, já que a ausência de espermatozoides impede a realização da anastomose neste local. O aspecto deste fluido testicular pode ser transparente em grande quantidade, turvo, amarelo cremoso, branco espesso como pasta de dente e sem fluido, o chamado deferente seco. Em caso de deferente seco, sugere fazer nova incisão mais proximal ao testículo, e se continuar seco, injetar com um abocath uma pequena quantidade de soro fisiológico, aspirar e examinar em busca de espermatozoides. Quando há uma quantidade e qualidade razoável de espermatozoides neste fluido testicular, estes podem ser coletados para criopreservação para uma possível e futura inseminação artificial. Na outra extremidade do deferente, o abdominal, deve se através de um abocath injetar soro fisiológico para verificar sua patência. Note que no vídeo, o primeiro plano da anastomose na mucosa, é feito com nylon 10-0 com duas agulhas, permitindo que a agulha seja passada de dentro para fora nos dois polos da anastomose. Em caso de contenção de gastos, pode se usar esse fio, com uma agulha só, nesse caso aconselha-se passar a agulha primeiramente na extremidade proximal do testículo que é mais dilatada, de fora para dentro, e depois passar a agulha de dentro para fora na extremidade distal abdominal que tem diâmetro menor.

De forma geral, a ausência de espermatozoides no fluido testicular durante a vasovasoanastomose, obriga a mudar a proposta cirúrgica para Vasoepididimoanastomose.

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O vídeo a seguir, mostra a vasoepididimoanastomose com os mesmos fundamentos da vasovasoanastomose, exceto pela sugestão de que os fios de nylon 10-0 devem ter 2 agulhas e estas devem ser passadas de dentro para fora na mucosa do deferente, para que a intussuscepção seja feita de forma mais eficiente. O fluido epididimal também deve ser coletado e examinado ao microscópio para avaliação da presença ou não de espermatozoides e sua mobilidade, que em caso negativo, pode se mudar a posição do epidídimo para mais próximo ao testículo aumentando a chance de encontrar espermatozoides. As aberturas nos ductos do epidídimo em busca de espermatozoides devem ser feitas da cauda para a cabeça do epidídimo e não precisam ser fechadas, apenas coaguladas. Quando há uma quantidade e qualidade razoável de espermatozoides neste fluido epididimal, estes podem ser coletados para criopreservação para uma futura necessidade de inseminação artificial.

Em casos que não se encontra espermatozoides nas aberturas epididimais até no mais proximal possível, significa que a obstrução está a nível dos ductos eferentes, tornando impossível a reversão da vasectomia deste lado, neste caso, faz se apenas uma biópsia testicular (não utilizar formol e sim fixador de Bouin) para avaliar a espermatogênese.